Valores médios para comprar e arrendar casa sobem Os valores medianos do metro quadrado dos alojamentos familiares vendidos aumentaram no último ano, mas também as rendas dos novos contratos de arrendamento. 25 ago 2023 min de leitura De acordo com os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), aumentaram os esforços financeiros para conseguir habitação, seja para quem compra ou arrenda casa. No último ano, de acordo com a análise do gabinete estatístico no período que compreende março de 2022 e março de 2023, aumentou em 7,6% o valor mediano do metro quadrado nos alojamento familiares vendidos em Portugal, além das rendas em novos contratos de arrendamento, que subiram 10,5%. Face a estes aumentos, subiram também, no trimestre finalizado em março deste ano, as remunerações médias dos trabalhadores, em termos homólogos, de 7,4% para 1.335€. No entanto, e porque ainda existem muitos agregados com dificuldade em encontrar habitação, não sendo acessível a todos este direito básico, é necessário contabilizar todos os custos que envolvem comprar ou arrendar casa nos orçamentos familiares - sobretudo para quem quer comprar casa, depois das subidas galopantes das taxas de juro. Os cálculos mostram que o aumento do valor das prestações nos créditos habitação foi de 60% para quem comprou imóvel no último ano, com as condições de contratualização já aplicadas de acordo com as novas políticas monetárias restritivas do Banco Central Europeu, que terão levado a uma subida de 425 pontos base das taxas diretoras. E o mesmo aconteceu nos novos contratos de arrendamento que, de acordo com o Banco de Portugal, viram as suas rendas aumentar 12,5%, em 24 dos concelhos mais populosos do país. De acordo com o INE, "Em todos os 24 concelhos mais populosos do país, o mercado de arrendamento revela-se hoje mais atrativo para a carteira das famílias do que recorrer à compra de casa por via de um crédito à habitação. Há um ano era exatamente o contrário". Assim, alteraram-se as dinâmicas para as famílias, visto que no primeiro trimestre do ano passado as rendas eram, em média, 17,4% mais altas do que a prestação da casa, ao contrário do que se verificou em março deste ano, com a relação a inverter-se e as rendas a serem 17,4% mais baixas do que a prestação do empréstimo habitação. Loures é o concelho com a maior inversão desta tendência De acordo com o estudo do INE, o município de Loures verificou a maior queda do rácio entre renda e prestação da casa, já que as novas rendas são, atualmente, mais baixas do que as prestações, em média 29,7%. Tomando o exemplo de um imóvel com 70 metros quadrados, com características semelhantes em regime de arrendamento ou comprado, a diferença é grande, já que uma prestação deste imóvel seria 42% superior ao valor da renda, incluindo todos os impostos e comissões provenientes da contratualização do crédito, impostos, apólices e despesas mensais de condomínio. Em regime de arrendamento, este imóvel ficaria com uma renda média de 619€, face a uma prestação de 880€. No entanto, existem outros municípios onde a tendência é semelhante, de todos os 24 concelhos mais populosos do país. O mercado de arrendamento é, em comparação à aquisição de um imóvel, mais atrativo, como é o caso, também, na Área Metropolitana de Lisboa. Mas os restantes concelhos onde se verificou a queda do rácio, acima dos 40% no último ano, são o Seixal, Setúbal, Leiria e Maia, com 42%, 41%, 43% e 41%, respetivamente. Arrendar casa é mais suportável do que comprar Os dados do INE não deixam margem para dúvida: arrendar casa é, hoje em dia, uma opção muito mais interessante relativamente ao ano passado, em todos os concelhos analisados. No entanto, apesar desta conclusão, não ficou mais barato arrendar, mesmo que se considerem os aumentos nos rendimentos das famílias. De acordo com os números revelados, as rendas são responsáveis, atualmente, por cerca de 37% dos rendimentos familiares, considerando um imóvel de 70 metros quadrados, enquanto que em 2022 a renda média apenas tinha impacto em 33% dos rendimentos dos agregados. Lisboa é o município onde esta realidade mais se acentua, de acordo com o gabinete estatístico, já que em março do ano passado as rendas medianas dos novos contratos de arrendamento equivaliam a 44% dos rendimentos médios familiares, representando, atualmente, cerca de 53%. Esta é uma subida de 9,1%, só em Lisboa, que se traduz numa subida exponencial nos valores das rendas - de 841€ em março do ano passado para 1.015€ este ano. Atrás do município de Lisboa está o do Porto, com o mesmo rácio a passar dos 37,4% para os 45,6%, em período homólogo. Assim, a renda média subiu dos 645€ para os 788€, de acordo com o INE. Fonte: Supercasa Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado