Todos os anos, o número de empresas imobiliárias cresce, tendo este número mais que triplicado nos últimos dez anos em Portugal. São agora mais de nove mil empresas, fator que leva a associação do setor a pedir “requisitos apertados” que permitam uma “maior regulação da profissão”.

Em 2013, eram 2.908 as licenças válidas de empresas de mediação imobiliária. Atualmente, este número subiu para 9.164 licenças válidas em 2023, das quais 1.783 são novas licenças, emitidas durante o ano passado, revela o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC).

Isto significa que na última década, o número de licenças atribuídas pelo IMPIC subiu 236%, sendo a média anual de crescimento de 12,9%.


Nestes números estão também incluídas as licenças de empresas que não declaram atividade. O presidente do IMPIC explica que as mediadoras imobiliárias reportam atividade “em períodos trimestrais”. Não existe obrigatoriedade na regulação da atividade de mediação imobiliária, o que significa que, desde que sejam cumpridos os requisitos legais, a empresa não perde a licença, mesmo sem registo de atividade.

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) afirma que estes dados revelam “um crescimento muito grande”, algo que espelha a falta de “requisitos apertados” que permitam regular melhor a profissão.

Apesar do elevado número de licenças, prevê-se que em 2023 exista um abrandamento do ritmo de vendas, resultante da subida dos preços das casas e das taxas de juro. No entanto, não se espera que o abrandamento do mercado imobiliário leve a uma redução no número de empresas imobiliárias.

Recorde-se que desde 2021 que o IMPIC está a trabalhar numa proposta de revisão à lei que regula a mediação imobiliária que até hoje ainda não foi aprovada.

Fonte: Supercasa