Moratória de crédito habitação vai ter custos para as famílias Apesar de baixar a prestação da casa durante dois anos, a medida criada pelo Governo vai ter encargos difíceis de contornar para famílias mais vulneráveis. 25 out 2023 min de leitura De dia 2 de novembro até 31 de março do próximo ano, famílias com crédito habitação podem aderir à nova moratória do crédito habitação, mediante pedido junto ao seu banco. A medida vai permitir fixar a prestação da casa durante um período de 2 anos, num montante equivalente a 70% da taxa Euribor a 6 meses. A diferença entre a prestação devida e aquela que resulta da fixação, ou seja, o montante diferido, no entanto, não se traduz numa poupança para as famílias, uma vez que a medida não se trata de um perdão da dívida, mas sim de um adiamento do pagamento da mesma. De acordo com o diploma da moratória, publicado a 11 de outubro, o capital em dívida terá de ser reembolsado nos últimos dois anos do contrato de crédito, caso o prazo remanescente do contrato seja inferior a seis anos, ou a partir do quarto ano a contar do fim do período de fixação da prestação, em contratos superiores a 6 anos. Assim, ao aderir à moratória, para além de devolver o dinheiro que não pagar nos dois primeiros anos, irá ainda pagar os juros associados. Isto significa que as famílias não vão pagar menos pelo crédito habitação, nem os bancos vão perdoar parte da dívida. Para as famílias mais vulneráveis, a moratória pode ser contemplada como uma solução para amortizar a dívida e aliviar o orçamento familiar no presente, com um custo adicional, posteriormente. Por sua vez, as famílias sem problemas de liquidez financeira podem aderir à moratória para reduzir o capital em dívida, mas, para isso, necessitam de aliar a moratória a uma estratégia de investimento, preferencialmente de baixo risco, como os Certificados de Aforro. A “poupança” gerada nos dois primeiros anos da moratória pode ser investida na compra de Certificados de Aforro durante os seis anos em que a moratória estará em vigor. No final deste período, o valor resgatado pode ser utilizado para amortizar o capital diferido. Fonte: Supercasa Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado