A procura por crédito habitação está a cair em Portugal. E a subida abrupta das taxas de juro é o principal fator que está a retrair as famílias de comprar casa com recurso a financiamento bancário. É por isso mesmo que o montante total de créditos habitação em Portugal está a cair, tendo-se fixado em 99,5 mil milhões de euros em maio, menos 0,1% do que no mês anterior, tal como explica o Banco de Portugal (BdP).

“No final de maio de 2023, o montante total de empréstimos para habitação era de 99,5 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões do que no final de abril”, explica o regulador liderado por Mário Centeno. Isto quer dizer que face ao mês anterior o stock de crédito habitação em Portugal desceu -0,1%.

Olhando para o horizonte, verifica-se que o montante total de crédito habitação no nosso país está a diminuir desde dezembro de 2022, altura em que chegou aos 100,3 mil milhões de euros. Ainda assim, o montante atual representa um dos maiores valores registados desde 2015.

Aliás, “a taxa de variação anual destes empréstimos desacelerou pelo décimo mês consecutivo, passando de 4,8% em julho de 2022 para 0,9% em maio de 2023”, explica ainda o BdP na nota publicada esta quarta-feira, dia 28 de junho.

Já os empréstimos ao consumo estão a crescer em Portugal, numa altura em que a inflação continua a pressionar o poder de compra. “No final de maio de 2023, os empréstimos ao consumo totalizavam 20,8 mil milhões de euros, o que reflete um crescimento de 4,4% em relação a maio de 2022”, lê-se na mesma publicação.

Crédito às empresas também tem vindo a cair

No caso das empresas, o montante total emprestado também tem vindo a cair, dado o alto custo do preço do dinheiro definido pelo Banco Central Europeu (BCE), que está já em 4%.

“No final de maio de 2023, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 73,9 mil milhões de euros, menos 0,2 mil milhões de euros do que em abril” e menos 2,3% face ao período homólogo, diz o BdP.

“Esta redução foi expressiva em todas as dimensões de empresas (exceto nas microempresas), e nos setores da eletricidade, gás e água, do alojamento e restauração e das indústrias transformadoras”, destalha.

Fonte: Idealista.