Comprar casa: Dicas a saber antes de se pedir um crédito O processo de comprar casa é, por regra, a aquisição mais dispendiosa que as famílias fazem ao longo da vida. Neste sentido, deve-se efetuar de forma lógica, cautelosa e muito bem planeada. 08 mar 2022 min de leitura A compra de uma casa através de crédito bancário é sujeita a uma série de cuidados que vão desde o apuramento da taxa de esforço até à decisão de manter uma taxa de juro fixo ou uma variável para o pagamento do empréstimo. De forma a auxiliar esta decisão, apresentamos algumas dicas com apoio para todo o processo de compra de uma casa Valor da casa que se pode comprar O primeiro passo a tomar na procura de casa é iniciar-se por uma avaliação do quanto se pretende ou se pode gastar. O valor da casa “ideal” depende de inúmeros componentes, sendo que é importante perceber qual o valor que podemos pagar por mês. Neste sentido, é preciso calcular a taxa de esforço. Num crédito habitação, esta não pode ser superior a 30%, ou seja, os encargos não devem superar 30% da totalidade dos rendimentos. O que significa que num rendimento de 1.000 euros, a prestação não pode ultrapassar os 300 euros. Tendo a taxa de esforço em conta, devemos explorar os preços das casas que estão a ser praticados. Num panorama geral, o preço das casas no interior e fora do centro é mais baixo do que nas zonas centrais do país. Identificar necessidades e preferências de utilização De seguida, no caso de se estar à procura de comprar casa com crédito habitação, deve-se considerar mais alguns fatores previamente. Para facilitar a procura, deve-se tomar decisões, analisando as necessidades e preferências: a localidade e zona onde queremos morar, se é necessário ter acesso a transportes e serviços, se se pretende um apartamento ou uma moradia, se há preferência pelo andar ou com varanda/terraço. Deve-se ainda questionar quanto à utilização que vamos fazer da casa que se quer comprar. Comprar novo ou usado? Também deve-se ponderar se se compra um imóvel novo ou usado. O estado do imóvel vai, claro, impactar o valor. Pode-se optar por comprar um imóvel usado, no entanto, mandar fazer obras para o colocar em melhores condições ou ao gosto de cada um. Nestes casos deve-se pedir orçamentos para perceber quanto pode custar fazer a reformulação. Isso pode ajudar a perceber se mais vale comprar novo ou usado. Uma das recomendações que se faz quando se opta por comprar uma casa para remodelar é contar com mais 10% do valor orçamentado. Esta margem faz com que estejamos mais protegidos em caso de aumentos de preços ou alguns imprevistos. Considerar custos iniciais: entrada, impostos e comissões Antes de avançar com a compra da casa, é preciso ter noção dos custos, documentos e impostos que vamos ter de suportar. Uma das questões a ter em conta é ter, pelo menos, 10% do valor total da casa, uma vez que os bancos não financiam 100% da operação. Além do valor de entrada, ainda é necessário pagar impostos: o Imposto Municipal sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto de Selo (IS); e comissões bancárias (despesas de processo, comissão de dossier, comissão de avaliação, comissão de formalização, o registo de compra e o registo de hipoteca). Avaliar a taxa fixa, variável ou mista A decisão sobre o tipo de taxa que vamos ter no nosso crédito é essencial. Não há decisões certas ou erradas, porque ninguém consegue prever o futuro. A decisão sobre o tipo de taxa deve ser tomada considerando fatores como: "A casa que estamos a comprar é para vivermos o resto da vida ou daqui a dois/três anos estamos a mudar?"; "O que privilegiamos a estabilidade de uma prestação fixa ou começar a pagar menos e arriscarmos pagar mais no futuro?". Antes de se tomar uma decisão, é importante perceber melhor a diferença entre taxa fixa, variável ou mista. No caso de uma taxa variável, a prestação mensal ao banco pode alterar-se ao longo do tempo. Isto porque, se a Euribor aumentar ou diminuir, o mesmo acontece ao valor que pagamos ao banco. Já no que se refere a taxa fixa, a prestação mensal do nosso crédito habitação não se altera até ao final do contrato, não variando nem tendo revisões. Sendo que, por regra, as taxas fixas costumam ser mais altas do que a taxa Euribor no momento em que contratamos o crédito. Por fim, a taxa mista. Esta taxa consiste numa taxa fixa num momento inicial, durante cinco, 10 ou 15 anos. Depois desse período, passamos a contar com uma taxa variável. Ainda em relação ao tipo de taxa que vai ficar associado o nosso empréstimo, é importante perceber que as comissões por reembolso antecipado (seja para terminar o contrato, seja para ir fazendo amortizações esporádicas) é diferente. No caso da taxa variável é de 0,5% do valor em dívida, já se o contrato for a taxa fixa esta comissão sobe para 2%. Contabilizar dois seguros A juntar à prestação mensal do crédito, vão ser adicionadas as prestações de dois seguros: de vida e multirriscos. Isto porque estes são dois seguros requeridos pelos bancos num crédito habitação. Perceber quais são os custos futuros de comprar casa Após se comprar a casa, existem outros custos que se deve ter em conta, no entanto, dependem de alguns aspetos. Se o imóvel que se comprou foi num prédio com condomínio, é necessário ter em conta o pagamento de as quotas mensais e/ou outros custos que possam surgir como pintura do prédio, alguma reparação comum, um seguro de condomínio se for do acordo de mais de metade das frações do prédio, entre outros relacionados. Deve-se ainda considerar mais um imposto: o Imposto Municipal de Imóveis (IMI), que pode ser dividido em prestações, dependendo do valor. 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