Banco de Portugal (BdP) publicou esta sexta-feira, dia 15 de dezembro, o seu Boletim Económico de dezembro, com considerações acerca do investimento em Portugal, que terá sentido um abrandamento no crescimento em 2023. Esta tendência é justificada, em parte, pelo aumento das taxas de juro, com a expectativa do BdP a recair sobre uma possível recuperação entre 2024 e 2026, com uma "melhoria" antecipada do contexto macrofinanceiro. 

No entanto, apesar da previsão positiva, o regulador português aponta também uma "fraqueza" no investimento em habitação, que poderá ser "mais prolongada" do que o esperado, referindo a construção nova como uma das áreas mais penalizadas pelo agravamento do acesso à habitação em território nacional. 

O crescimento da componente empresarial é também apontado pelo regulador português, que afirma poder "beneficiar da recuperação da procura global e de necessidades crescentes de investimento para efetivar a transição digital e energética dos processos produtivos, num contexto de desvanecimento gradual dos efeitos da restritividade da política monetária".

Do lado oposto está o investimento em habitação: "a fraqueza da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) em habitação deverá ser mais prolongada", conforme admite o BdP, explicando que a rendibilidade e o investimento poderão ser penalizados pela "deterioração da acessibilidade à habitação via crédito", provocando a redução na procura e aumentando a expectativa de "moderação dos preços de venda". 

Os próximos dois anos podem ser negativos no que diz respeito ao investimento em habitação, conforme prevê o BdP, podendo haver quebra ou recessão da atividade. O cenário aponta para só exista uma recuperação a partir de 2025 e 2026, que se traduz, no imediato, numa quebra na procura de imóveis e na redução da oferta que ainda existe, a qual é já escassa.

Fonte SuperCasa